Wednesday, August 09, 2006

Libano e Israel a là 1984

Mais um logro enorme que o mundo tem assistido é o que se passa actualmente no Libano. A primeira versão dos acontecimentos fala que tudo começou com a captura de 2 soldados israelitas dentro de território libanês, pelo Hezbolah. Sem esforço encontrei as noticias originais do dia 12 de Julho onde fala desta versão dos acontecimentos. Procurem por exemplo nas noticias do yahoo.fr, nas noticias da revista forbes.com e no asiantimes.com .
De repente a história é alterada tal como no livro 1984 e parece que sempre se disse que os soldados foram vitimas de uma emboscada dos terroristas libaneses dentro de território israelita. É a versão oficial, agora.
Se assim foi, é a primeira vez em 25 anos que tal acontece.
Mas ainda pior cheira a história da guerra em si. Já não bastavam as noticias bastante antigas de colaboracionismo, infiltração e financiamento do Hezbollah pela CIA e Mossad, agora é impossivel engolir que uma organização com tantos anos de coexistência com os israelitas tenham decidido embarcar numa luta suicida usando apenas uns pequenos misseis sem alcance ou precisão contra um arsenal praticamente ilimitado dos israelitas e americanos. Mas estão todos loucos? O lider do Hezbollah vivia em Beirute com a familia e nunca Israel se deu ao trabalho de o assassinar. E com tantas tacticas bem mais eficazes que os árabes podiam tomar, como por exemplo fazer explodir uma mesquita americana cheia de crentes árabes e culpar os EUA e Israel tal como fazem estes ultimos, em vez disso resolvem atacar com pequenos rockets contra um autentico golias bélico. Só dá para perceber se virmos primeiro quem ganha mais com isso. O Hezbollah não é de certeza, o Libano muito menos, mas quem ganha mais com isto de certeza são os israelitas que anseiam por ver os americanos no Irão. Provocar o Irão a reagir e culpa-lo por qualquer incidente com americanos ou outros ocidentais de modo a legitimar o ataque.
Assim temos reunidas as condiçoes necessárias a um incidente grave que amenize a opiniao publica quanto à necessidade de uma intervençao no Irão e na Siria. Haverá outra explicação?


http://fr.news.yahoo.com/12072006/202/liban-le-hezbollah-capture-deux-soldats-israeliens-sept-autres-tues.html

Monday, August 07, 2006

O Céu vai-nos cair em cima

Aproveitando este período estival, estive em viagem nas ultimas semanas, passando por vários países europeus.
Impoe-se aqui dizer duas ou tres coisas que avassaladoramente se me depararam.
Há dois anos atrás estive duas semanas na Eslovénia e os preços eram praticamente iguais aos de cá. Hoje, com a Eslovénia a ter sido o primeiro país do bloco de leste a ultrapassar-nos, e já com um nivel de vida superior ao nosso, deveria ser de esperar que o seu custo de vida tambem tivesse aumentado. Nada disso. Encontrei os mesmos preços de há dois anos, e um custo de vida bem mais barato que o nosso. Foi agradável ver os meus euros comprarem mais que em Portugal e desagradavel fazer as contas à inflação real que nos assola sem ninguem dar por isso.
Pior aconteceu na Austria. Consegui fazer uma vida normal durante os dias que lá estive, tomando as minhas refeições em locais absolutamente normais, com entradas e sobremesa e o espanto foi grande ao ver que gastava o mesmo que aqui. A Austria ser cara já é um mito. Caro é Portugal e todos pensam que é normal. Aliás, foi até possivel comprar um polo de marca numa loja de Salzburgo por muito menos que cá.Outra revelação que tive foi a situação de seca extrema que se vive por toda a Europa. Percorri 10 países de carro e infelizmente encontrei rios secos na Eslovénia, onde há dois anos estavam, tambem por esta altura, com niveis razoaveis. A vegetaçao já era a de Outono e as neves eternas dos Alpes desapareceram de um ano para o outro. Apanhei 33 graus em Salsburgo e soube de 34 graus em Helsinquia. Juntando a isto o ano com mais furacoes, o ano com a seca mais longa de sempre, o ano em que nevou em Lisboa, o ano da maior onda de calor nos EUA, o ano em que nevou no Dubai, o ano em que houve a maior praga de mosquitos, não temos coisa boa pela frente. Tudo muito rápido, tudo muito extremo. O bom senso vai-nos cair em cima.
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