Monday, November 26, 2007

Reality-check

A realidade chegou quase sem avisar aos mercados financeiros. Os bancos e os consumidores americanos têm finalmente algo em comum, estão afogados em dívidas e o mercado habitacional americano não os deixa vir à tona respirar.
O Dow Jones está agora abaixo da média móvel dos 200 dias, o primeiro sinal de “venda”.
Os analistas pensam que qualquer coisa abaixo dos 12500 poderá despoletar vendas automáticas por parte do software usado para automatizar as ordens de bolsa, com o consequente crash do mercado.
Estamos a assisir a um colapso em tempo real.
A tempestade do crédito que assolou os EUA assola agora já todo o mundo, com a Ásia a ser a última a reconhecer isso, tendo até agora passado ao lado desta crise mas revelando os primeiros sintomas da doença com os rendimentos de depósitos a prazo a três meses na China e na Coreia a descerem a pique nos últimos dias para perto de 1%, com o consequente pânico e a retirada do dinheiro de aplicações de mais alto risco.
Terça-feira o governo chinês suspendeu totalmente o crédito bancário numa tentativa de parar a tempo uma autêntica bolha criada nos mercados financeiros.
Na Europa, o mercado interbancário de baixo risco das “covered bonds” foi suspenso o que denota o imenso nervosismo que reina entre os protagonistas financeiros. Assim, o mecanismo de conversão de bonds em dinheiro colapsou.
Jon Basile, economista do Credit Suisse afirma : “Existem imensas más notícias aí fora”.
Na California o governador Schwarzenegger juntou-se a 4 entidades financeiras e congelou as taxas variáveis (ARM) para alguns dos devedores de maior risco. Tenta assim evitar um colapso do mercado imobiliário da Califórnia cuja liquidez desceu mais de 40% nos últimos 2 meses com uma queda de preços da ordem dos 12%.
Com os preços das casas a descer e os empréstimos com carência de capital (onde só se paga juros e o capital em dívida permanece intacto) a subirem cada vez mais, não existe qualquer motivação para os que contrairam empréstimos os continuarem a pagar, pois nada da sua prestação está a amortizar o crédito pedido.Legislação vem a caminho juntamente com ajudas e mais ajudas que serão sempre os contribuintes a pagar em vez dos verdadeiros causadores da crise.
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