Saturday, August 11, 2007

Agora é que começa a dar gozo, agarrem-se

Só agora todos ficam boquiabertos ao constatarem o facto das empresas de credito de alto risco (subprime) terem sobrevivido os ultimos meses artificialmente com injecções de capital provenientes dos grandes bancos da praça, ávidos de investirem em tao lucrativo sector.
E há muitos meses que aqui alerto detalhadamente para o crash do imobiliario e do subprime nos EUA e desde o inicio deste blog em 2004 que alerto mais generalisticamente para um crash financeiro de proporçoes inimaginaveis que aí está para vir.
Esta é a primeira grande tempestade de um inverno que se aproxima a passos largos e avassaladoramente pesados.
Assim, avizinham-se mais surpresas para os media e publico em geral para os próximos meses.
O espalhar da crise para os mercados de crédito comuns é inevitável ao invés do que disse o secretário do Tesouro norte americano que deveria agora ser confrontado com tais afirmações. De facto, o subprime falido estava suportado por divida à banca comum que agora também fica vulneravel perante tal terramoto. Juntem agora a falta de liquidez destes bancos que necessitam como de pão para a boca de novos clientes num mercado já saturado e em declinio, com a necessidade de controlar melhor a concessão de crédito e apertar as regras para não cair no mesmo erro das subprime. Inevitavel portanto o alastramento.
Alem disso, esta crise lança o fantasma do risco nos mercados, levando os investidores, especuladores ou o que lhes quiserem chamar a correr menos riscos e a tornar o mercado financeiro muito menos liquido exactamente numa altura em que este necessitava do contrário.
Por isso, a economia americana vai começar a viver um periodo em que todas as opçoes que pode tomar sao más.
Como se nao bastasse os chineses, atraves de um alto funcionario do Partido Comunista ligado às finanças, alertou os EUA para a iminencia de uma guerra economica em grande escala caso as tarifas aduaneiras dos States nao fossem flexibilizadas, ameaçando mesmo usar as astronomicas reservas de dolares para influenciar a economia americana e força-la a ceder, pois sem consumo e sem exportaçoes a America fica condenada ao desaparecimento.
Depois entram em cena os Bancos Centrais europeu e norte americano inundando o mercado de liquidez de modo a proteger o mercado financeiro e assegurar que o verdadeiro capitalismo nao triunfe sobre o intervencionismo e varra de uma vez por todas a imundicie financeira mundial. O intervencionismo na economia está na moda e os carteis bancários dele beneficiam.
Assim, vivemos um periodo em tudo semelhante ao pré crash de 1929 mas com muito mais agravantes. De facto, o racio entre os 0,01% mais ricos e os 10% mais pobres que desde 1929 até meados dos anos 80 andou nos 180-1, está agora em níveis de 880-1. Imediatamente antes do crash de 1929 era de 850-1.
Na altura o mobil do crime foi o mercado de acções, hoje, como já venho alertando desde há muito, é o imobiliario. Mas a maior diferença de todas é que na altura os EUA eram uma potencia em ascensão rápida, hoje sao um império em franco declinio, com todos os problemas e sintomas que um imperio em declinio tem, uma moeda a desvalorizar abruptamente, a falta de confiança na sua moeda no estrangeiro, uma revolta dos estrangeiros contra tudo e todos os que representem esse imperio decadente e sobretudo, interminaveis e esgotantes guerras na periferia do império, um estado de guerra permanente.
Afinal, nothing lasts forever...

Friday, August 10, 2007

Crise !? Onde é que eu já ouvi isto ??

É oficial, já toda a gente fala disso, a crise do hipotecário subprime nos EUA arrasta todos com ela, o Reino Unido e a Alemanha já estão praticamente em pânico e Portugal nao é excepção, ver a noticia de hoje do sapo http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/P581tPAH5GLteeg7NaFzuA.html

Depois leiam o meu post de 13 de Março de 2007 ao mesmo tempo que vos asseguro que nao sou bruxo. Mais uma "profecia" cumprida, seguem-se as outras.

Foi um prazer...

Sunday, August 05, 2007

Capitalismo selvagem ou pura democracia ??


Hoje ficámos a saber da anunciada subida do preço do leite, talvez em 10%. Os consumidores só podem mesmo é bufar mais uma vez e deitar as culpas para cima dos especuladores leiteiros que em vez de se preocuparem em produzir mais e melhor preocupam-se em fazer subir o preço do leite de modo a ficarem com mais uns bons euros vindos directamente dos nossos bolsos. Mas esta subida tem tante de perversa como de sintomática em relação aos tempos que vivemos. Afinal de contas esta subida deu-se este ano, depois das cotas de produção leiteira terem sido instituídas pela mão dos políticos podres da nossa uniao europeia e depois de termos assistido o ano passado à nojenta destruição de milhares de litros de leite por motivos de excesso de produção bem como ao pagamento de uma multa de 129.000 euros dos bolsos de todos nós à respectiva uniao.

Isto demonstra a perversidade de fixarmos administrativamente os preços, e da incompetencia e total ignorancia da classe politica.

Agora querem obrigar as novas construções em Lisboa a incluirem 25% de habitação a custos controlados. Aí já está toda a gente de acordo, com o leite é que nao. Quando o preço de mercado começar a subir para compensar as perdas é que quero ver.

Sempre que o mercado normal é violado sadicamente pelos politicos e pela fraca capacidade de raciocinio das massas que os apoiam, há porcaria.

Nas gasolineiras o acesso ao alvará era brutalmente condicionado e tivemos por isso a ascensao de um monopolio em cartel por parte das maiores petroliferas. Com a maior liberalizacao começa enfima a haver alguem que os desafia e oferece combustiveis a preços mais economicos para todos nós. Pena é ter sido apenas desregulamentado depois de consolidados os monopolios cartelizantes dos big players.

Na saúde, o governo mexe, remexe e volta a mexer nos preços fixos, preços livres, subsidios e tudo o mais e os seus preços nao param de crescer, com prejuizo para todos nós. Só agora começam a haver algumas pequenas baixas de preços com os hipermercados, isto é, onde há concorrencia a coisa começa a funcionar.

Nos telemoveis (aparelhos) e nas impressoras ( e em quase todo o material informatico) onde há uma completa desregulamentação do mercado, estes são quase dados. Nenhum estado obrigou os fabricantes a baixar os preços por causa dos pobrezinhos e mesmo assim quase todos os pobrezinhos têm telemovel.

Depois falam em privatizações como se estivessem a fazer alguma serviço publico quando apenas estão a autorizar um monopolio para uma empresa ou pequeno grupo de empresas. As privatizações sao apenas socialistas com sede de dinheiro e sem vontade nenhuma de trabalhar, pois com concessoes do estado nao precisam dispender muito esforço para a coisa ser lucrativa.

Ainda agora nos EUA, com o programa Medicare, onde o governo começou a intervir na area da saude à grande, o paradigma do atraso mental, Bush, conseguiu quadriplicar o gasto com saúde do estado e duplicar o dos cidadaos. Regulamentou, restringiu, concessionou e subsidiou e deu tudo para o torto.

Incrivelmente foi sempre com o mercado desregulado, caótico como diriam os defensores da intervençao do estado na economia, foi sempre nessas alturas que o progresso realmente se deu, que o nivel de vida dos cidadaos comuns melhorou mais. Antes da 1ª grande guerra, entre a 1ª e a 2ª guerra, quando estava tudo entregue à bicharada sem leis nenhumas, as verdadeiras economias de mercado dispararam a sua produtividade, e depois da 2ª guerra, nas mesmas condiçoes.

Na idade media, sem o controlo apertado do estado e apenas com um imposto fixo em vigor, um simples servente de pedreiro ganhava o equivalente hoje em dia a 13.300€ mensais, trabalhava 8 horas diárias e folgava ao domingo. Até saíram imensas leis que proibiam as classes não nobres de vestirem cetim, veludo e joias de modo a nao se confundirem com os nobres da altura. Eram do povo mas podiam comprar estes artigos de luxo. Raramente nos dizem isto.

Nem precisam de vir com a historia dos vossos avós que viviam na miseria porque sob uma ditadura o intervencionismo ainda mais se faz sentir.

Por fim temos o exemplo do bloco sovietico onde se vivam em miseria total no entanto tinham tecnologia de topo a nivel espacial e de inteligencia, os serviços secretos. Isto é, quando o estado dominava a economia era uma desastre completo, de qualquer modo os comunistas orgulham-se das tretas espaciais e dos jogos de espionagem esquecendo-se que só eram bons porque no fundo tinham concorrencia vinda dos EUA.

Com uma lei das rendas que obrigou os senhorios a congelarem os preços desde 1918, para agradar aos soldados que regressavam da guerra sem trabalho e sem casa, tornou-se a cidade de Lisboa numa cidade com imensos predios devolutos, a cair de podres e tudo o mais por ser impensavel para um senhorio colocar a casa no mercado sujeito a novos congelamentos, como depois veio a acontecer por mais 4 vezes até aos nossos dias. Com rendas de 10€ não é possivel obrigar ninguem a fazer obras. Claro que isto agradou aos bancos que emprestaram dinheiro a toda a gente para a compra de casa. Temos um caso clássico em que a classe burguesa, os proprietarios, perdeu contra outra classe burguesa, os bancos, deitando assim por terra a teoria da luta de classes. Existe sim luta de interesses, e se o estado regulamenta essa luta de interesses está a administrativamente dar a vitoria a uma dos lados que pode nem ser o mais eficiente ou benéfico para todos nós, consumidores, como geralmente nunca é. De facto, as concessões e privatizações têm como principal objectivo conceder monopolio, sozinho ou em cartel, a empresas que no mercado concorrencial nao sobreviveriam de tao pouco eficientes que são.

A concorrencia faz pensar, evoluir, colocar o maior numero de produtos ao alcance do maior numero de consumidores e o intervencionismo provoca distorçoes, monopolios, estagnação.
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