Wednesday, October 25, 2006

Vamos lá gente, estamos no bom caminho

Carta aberta ao BES, autor anónimo

Exmos Senhores Administradores do BES
Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado.
Que tal?
Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples.
Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco.Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão.Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri.Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta".Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria.Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos.
Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro".
Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1€.
Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5€ "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua".
A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25€ a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente".
Mas, os senhores são insaciáveis.
A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer.
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco.
Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco de Portugal.
Sei disso.
Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais.
Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma.

17 Comments:

Anonymous Anonymous said...

E a melhor forma de cobrar seria cortar o pescoço a toda essa corja de ladrões que são os banqueiros, e aos seus testas de ferro, os políticos!

Ao fim e ao cabo vamos morrer qualquer dia, porque não levar alguns deles connosco?

Pensem nisso!

Boa continuação para todos.

12:31 AM  
Anonymous Anonymous said...

Por tudo o que se vai lendo e pelas conversas que se vão tendo, dá para perceber que já há muitas pessoas conscientes que não estão pelos ajustem com tanta prepotência das entidades bancárias. Por isso pergunto; Será que vamos continuar a falar sem fazer nada? Será que é assim tão difícil dar uma lição a estes senhores dos bancos?
Será que ninguém tem nenhuma ideia de como pô-los em sentido? Se foi possível por tanta gente a falar sobre algo tão estúpido como pular todos ao mesmo tempo para alterar a rota da terra, será que não é possível criar um movimento de afrontamento aos bancos?

Ao fim e ao cabo, acima de tudo, vivem dos ordenados que lá vamos depositando e que eles “arranham”. Arranhão aqui, arranhão ali, e vão fazendo fortunas à custa do suor de cada um.

Não percebo patavina de economia nem de como funcionam os bancos, pelo que, peço que me perdoem pela eventual inocência da sugestão que a seguir deixo:

CRIAR UM MOVIMENTO CÍVICO COM O OBJECTIVO DE, EM DIA PUBLICITADO, (p.e. 20.07.2007) TODOS OS QUE SE SENTIREM LESADOS PELA PREPOTÊNCIA DOS BANCOS, LEVANTAREM
>>AOS BALCÕES<<
TODO O DINHEIRO QUE LHES FOR POSSÍVEL, POR POUCO QUE SEJA.

Pergunto a quem saiba responder; valeria a pena? Qual o grau de adesão necessário para produzir efeitos e quais seriam?

Desde já manifesto a minha adesão a qualquer ideia válida que alguém queira pôr em movimento, desde que respeite o princípio da não-violência.

Um abraço a todos.

5:09 PM  
Blogger Merovech said...

Está a ser preparado um documentário sobre o assunto, que fala sobre todo o sistema bancário internacional e portugues, sobre as ligaçoes a clubes secretos e sobre o sistema insustentavel propositado que se criou. Existe imensa documentaçao que vai ser divulgada, bem como um trabalho de pesquisa já praticamente concluido nos arquivos do Banco de Portugal e noutras instituiçoes relevantes.
Apela-se a quem queira participar e tenha experiencia em matérias relevantes, desde a area técnica e académica à produçao de video para demonstrar o seu interesse para o mail saberaverdade@yahoo.com

9:38 PM  
Blogger Merovech said...

P.S. - documentário de distribuiçao gratuita e massificada, claro...

9:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

E conte comigfo para o divulgar!
Eu já ando a fazer isto para cagar nos banqueiros:
Permacultura é sobre a planificação e aplicação dos recursos da Natureza de uma forma ecológica, harmoniosa e eficaz nos diversos sectores humanos nomeadamente sociais, culturais e económicos."
Se soubesse desenhar fazia uma caricatuta assim:
um banqueiro com uma caraça do Sócrates de aspirador na mão a sugar tudo dos bolsos e depois das carnes dos portugueses que ficavam pele e osso e depois morriam.

10:49 PM  
Anonymous Anonymous said...

Alguns dos factos constatados e respectivas alternativas:

Situação global actual e depois *a Acção a tomar:

Erosão dos solos
*Travar a erosão através da cobertura permanente do solo. Escavação de valas de nível, construção de represas e diques.

Escassez e má qualidade dos recursos hídricos.
*Captação de águas da chuva e retenção destas em múltiplas represas utilizando plantas para as depurar.

Desflorestação
*Reflorestar a máxima extensão de território possível com espécies autóctones e ou benéficas a curto prazo na criação de húmus.

Extinção diária de espécies animais e vegetais
*Criação de ecossistemas vegetativos diversificados que providenciem abrigo e alimento para que muitas espécies vegetais e animais se possam restabelecer.

Alterações climatéricas com comportamentos erráticos
*Adaptação de técnicas às novas condições climáticas criando soluções que minimizem o impacte nos ecossistemas locais. (ex.: previsão de cheias e seca, com aplicação de canais de escoamento nas chuvas fortes e retenção destas para os anos de seca).

Aquecimento global
*Reflorestar ao máximo. Minimização do uso de combustíveis fósseis.

Deterioração da qualidade do ar
* Reflorestar ao máximo. Minimização do uso de combustíveis fósseis.

Desertificação paisagística *Reflorestar a máxima extensão de território possível com espécies autóctones e ou benéficas a curto prazo na criação de húmus. Incentivar os individuos a restabelecerem-se no campo.

Incêndios
*Reflorestar ao máximo com espécies autóctones folhosas. Cobertura verde do solo. Represas de água. Manter humidade no solo. Recuperar aldeias abandonadas facilitando a retorno das gentes para o campo.

Desertificação Humana Reflorestar ao máximo.
*Criação de comunidades locais auto-suficientes cujas actividades sejam diversificadas o suficiente para manter ambiental, cultural e economicamente as pessoas na terra.

Instabilidade Política, Social e Económica
*Criação de comunidades com economias de pequena escala e auto-suficientes.
Impermanência Cultural Recuperação de práticas de subsistência antigas incorporando novas tecnologias que as complementem e assim haja uma maior permanência cultural.

Aumento da violência e criminalidade
*Educação e responsabilização do individuo para criar o seu próprio sustento trabalhando com a Natureza. Aplicar limites ao consumo e abolição o mais possível das economias baseadas na competitividade.

Frustração do individuo Educação e responsabilização para o trabalho prático trabalhando segundo os padrões da Natureza.
Injustiça social e comercial *Criação de sistemas que integrem activamente todos os indivíduos, num modelo de gestão local independentemente da idade ou capacidade.

Esgotamento dos recursos Limitação do uso de recursos esgotáveis. (Petróleo, Água potável, Floresta, etc.)
Aumento de doenças mentais, cardiovasculares e degenerativas *Promoção da saúde ao invés da erradicação da doença. Uso das medicinais mais naturais e complementares procurando educar o individuo para a responsabilização da sua saúde, alimentando-se mais adequadamente e tendo um modo de vida saudável.

Sistema educativo obsoleto e baseado na competitividade sendo o modelo vigente dado do sistema para o aluno.
*Criação de modelos educacionais a partir da criança. Esta escolhe desde cedo o que deseja aprender. É promovida a cooperação e a integração e aprendizagem pela Natureza.

11:14 PM  
Anonymous Anonymous said...

Veja isto e divirta-se
http://www.youtube.com/watch?v=oj-EAMgZWtE&mode=related&search=

E agora se fizessemos todos como estes:

"TERRAS" — UNIDADE DE TROCA DA TERRAMADA
A Terramada funciona internamente com uma unidade local de troca que se denomina "TERRAS" e LUAS nos múltiplos.
O objectivo principal do sistema de trocas da TERRAMADA é o de criar movimento de produtos e serviços locais promovendo o intercambio saudável entre as pessoas incentivando a criatividade destas para oferecerem algo de si para uma boa aplicação, neste caso ajudar a TERRAMADA a realizar o seu trabalho de reflorestação e desenvolvimento da ECOALDEIA.

Esta unidade interna permite efectuar trocas reais de serviços e produtos ou na falta destes poderá ser trocada por unidades monetárias externas correntes como por exemplo o Euro.

A unidade base é a TERRA sendo os múltiplos as LUAS assim por exemplo:

Um serviço de arranjo de tubagens: 3 TERRAS e 60 LUAS (3,60)

6 traves de madeira: 40 TERRAS

3 EUROS = 3 TERRAS

3 DÓLARES = 3 TERRAS

O visitante terá assim de trocar os seus serviços e/ou produtos e/ou moedas externas por TERRAS para poder trocar por qualquer produto, serviço dentro do território da Terramada.

Todos os serviços e ou produtos tem de ser previamente propostos à TERRAMADA para avaliação se se trata de algo que seja útil e assim se realize a troca.

Algumas regras base:

A unidade de troca Terra e Luas só tem validade dentro do território da Terramada.
É possível efectuar uma troca com diferentes meios ao mesmo tempo. (Ex: Um almoço e um jantar pode ser trocado por algum trabalho especifico mais um produto e ou mais um euros/dólares.). A Terramada pode igualmente oferecer como valor de troca diversas opções, como refeições, produtos elaborados na quinta, formação, dias de férias na quinta, etc...)
Quando a troca por produtos e serviços não for possível, a unidade de troca Terra e Luas serão sempre equivalentes ao valor Euro e Dólar (1 Terra = 1 Euro; 1 Terra = 1 Dólar).
Dentro do Território da Terramada não são válidos quaisquer sistemas de valorização monetária externos tais como cheques, cartões multibanco ou crédito, certificados, acções da bolsa de valores, etc...
Não existem empréstimos.
Não existem juros.
Todas as trocas são realizadas à vista.
É mantido um registo num diário em papel de cada troca efectuada.


Exemplo prático:

Para um almoço na TERRAMADA cujo valor para troca é de 6 TERRAS o visitante pode efectuar a troca por algo material ou serviço prestado que seja do interesse da Terramada como por exemplo barrotes de madeira, sacos de estrume, ferramentas, arranjo de canalizações ou reparações eléctricas necessárias entre outros serviços especializados.

No caso do visitante não ter nada material ou de serviços para oferecer, poderá trocar unidades monetárias externas que tiver por o mesmo valor em TERRAS, ou seja por exemplo 3 TERRAS = 3 EUROS.

11:57 PM  
Anonymous Anonymous said...

Outro caso de estudo
http://www.ecovillagefindhorn.com/sitemap/index.php

12:19 AM  
Anonymous Anonymous said...

Esta carta não é original e nem sequer é dirigida ao BES.
É sim Brasileira dirigida ao Bradesco.

Podem vê-la em :
http://www.satellites.co.uk/satellite/sat-tuga-bar/68760-anedotas-cumolos-historias-etc-postar-aqui-11.html

e procurem o post nº 255

Mais, o original até está identificado(assinado) como "Delman Ferreira"

9:31 PM  
Anonymous Anonymous said...

Original ou não, o importante é a mensagem e o reconhecimento que os banqueiros de todo o mundo nos exploram, portanto parece-me que tudo o que aqui foi dito a propósito do tema se mantém válido.

Está na hora de acordarmos para a realidade que nos rodeia e fazer algo para a mudar!

Boa continuação para todos!

1:01 AM  
Anonymous Anonymous said...

Curioso...para não dizer sintomatico.
O dolar sobe em relação ao euro, e o ouro, não só não cai, como é habitual, como subiu a cotação.

The world is changing...

I ken fill it in the water.

I ken smell it in air.

11:13 PM  
Blogger Bilder said...

A grande fraude do sistema financeiro mundial,o qual cria dividas absurdas aos cidadãos e aos estados.Mas pior ainda é o financiamento pela banca internacional das guerras que acabam por enriquecer ainda mais os mesmos,e endividar ainda mais os individuos e os estados num ciclo de loucura.Mais no meu blog Senhores do Mundo.

3:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

Como é que é possível que depois do programa de ontem "Prós e Contras",sobre a posição abusiva da banca, hoje não se encontre uma linha sobre o assunto na imprensa nacional. Que bem controlados que estamos, caraças!

5:53 PM  
Blogger Maria Afonso Sancho said...

Estive muito tempo sem vir à net e encontrei aqui o mesmo post de há séculos.
Caro/a Merovech dê-nos um ar da sua graça. sff.

7:37 PM  
Blogger R.O said...

BES lucrou 420 milhões de euros em 2006

5:38 AM  
Blogger R.O said...

BES lucrou 420 milhões de euros em 2006

5:39 AM  
Blogger R.O said...

BES lucrou 420 milhões de euros em 2006

5:39 AM  

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